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Piauí, 26 de junho de 2025
Geral

De perto: o dia a dia dos trabalhadores no aterro sanitário de Piripiri

Atualmente, 36 famílias trabalham no aterro.


Primeiro, chegam as sacolas. Depois, os urubus. Então, nesse lugar insalubre, dominado por um cheiro insuportável, cheio de moscas, baratas, ratos, surgem as pessoas em busca de renda e de sobrevivência. Elas arriscam a saúde e mesmo a vida para retirar das montanhas de lixos os materiais recicláveis.

Em Piripiri, o aterro sanitário é um local crucial para a gestão de resíduos sólidos na região, mas também é um ambiente de trabalho para muitas pessoas que tiram o seu sustento. Atualmente, 36 famílias trabalham no aterro.

Todos os dias, pela manhã e à tarde, caminhões da prefeitura despejam toneladas de lixo domiciliar e de varrição de ruas. Após a chegada dos coletores, os catadores iniciam o trabalho de triagem dos materiais que poderão ser comercializados, entre eles: garrafas pets, sacos plásticos, ferro, vidros, pneus, entre outros.

Após a coleta, o material é colocado em sacos "bergs" e, em seguida, a empresa, chamada de "atravessadora", envia o caminhão para recolher o material. No total, os catadores conseguem coletar entre 6 a 8 toneladas de material reciclável por mês. Todo o material é comprado por empresas de Barras, Batalha e Teresina, que pagam o valor de R$1,30 por kg.

O rendimento por pessoa giram em torno de R$300 a R$400 reais por mês. É o caso do jovem Davi Feitas, de 26 anos, que trabalha há 10 anos no local. "Acho meu trabalho muito digno e não tenho vergonha. Essa é minha principal fonte de renda, mas também alguns familiares me ajudam. Na cidade não temos oportunidades de emprego, mas estou estudando e, em breve, vou exercer minha profissão na área da enfermagem", diz ele, esperançoso com o futuro.

Davi relatou ainda que, mesmo após deixar o trabalho de catador, pretende continuar ajudando as pessoas no local. "Pretendo manter vínculos com as pessoas que estão aqui, sempre buscando condições melhores para eles. Esse é meu maior sonho, ajudar o próximo", afirmou.

A presidente da Cooperativa de Catadores, Antônia Maria, que trabalha no local há 18 anos, falou sobre as principais dificuldades e desejos. "Uma das nossas dificuldades é a questão do lixo que fica empilhado, então precisamos de um trator de esteira para nos auxiliar. Também temos o desejo de ter um galpão para melhorar o nosso trabalho", conta.

Antônia ressaltou ainda o apoio recebido pela gestão municipal. "Graças a Deus recebemos o apoio da prefeita Jôve, ela sempre nos apoia. Agora, ela concedeu a concessão da casa de apoio para que possamos utilizar", comentou.

A chamada "casa de apoio", é o local onde eles podem fazer almoço, tomar banho e descansar um pouco. O local foi totalmente reformado pela Prefeitura Municipal, visando proporcionar mais dignidade aos trabalhadores. Além disso, os catadores também recebem apoio da Secretaria de Assistência Social.

Para facilitar o trabalho dos catadores, a população pode ajudar quanto a separação correta do lixo. O descarte correto de lixo traz mais segurança para os responsáveis pela coleta do material, para os funcionários da cooperativa que faz a triagem e para a população, bem como ajuda na preservação do meio ambiente.

Mesmo com todos os desafios, os trabalhadores do aterro sanitário de Piripiri continuam a exercer suas funções com muita dedicação.

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