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Piauí, 05 de outubro de 2024
Curiosidades

Por que o Cristianismo tem tantas denominações ?

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De acordo com uma recente reportagem publicada pelo portal LiveScience, atualmente, há mais de 2 bilhões de cristãos espalhados pelo mundo. Curiosamente, esse corpo de fiéis é segregado em diversas denominações, como, por exemplo, pentecostal, presbiteriano, luterano, batista, apostólico, metodista, etc.

Segundo as novas estimativas do Centro de Estudo do Cristianismo Global, o cristinianismo, hoje, se prolifera em 45.000 denominações – mais de 200 somente nos Estados Unidos.

Diante de tal realidade, eis que surge a intrigante questão: por que o Cristianismo tem tantas ramificações? Inicialmente, acredita-se que a resposta esteja nas diferenças de crença e nas conquistas de poder – mas, obviamente, a essência de toda essa segregação possui mais fundamentos.

Conforme explica Diarmaid MacCulloch, professora emérita de História da Igreja na Universidade de Oxford, no Reino Unido, a diferenciação e a variedade foram, em um determinado nível, marcadores do cristianismo desde o início que a religião se fez presente. Para a profissional, “nunca houve um Cristianismo unido”.

Divisões iniciais

A Igreja primitiva, que se estende desde o início do ministério de Jesus, entre 27 D.C. e 325 D.C., foi dividida com base na geografia. “Os estilos de adoração e as interpretações dos ensinamentos de Jesus variam de acordo com as culturas e costumes regionais”, relata Bruce Gordon, professor de história eclesiástica na Yale Divinity School.

À época, a teologia cristã sofreu grandes rupturas – ou, caso prefira, cismas. Um dos cismas iniciais mais notáveis foi a controvérsia ariana, que, no início do século IV, dividiu a igreja fundamentando-se na materialização da figura de Jesus. Mas como? Ário, um sacerdote de Alexandria, no Egito, afirmava veemente que Jesus havia sido “gerado” – ou criado – por Deus, enquanto Atanásio, um teólogo alexandrino, colocava em pauta o fato de Jesus ser a encarnação de Deus.

“Isso causou uma grande revolução no Império Romano”, disse Christopher West, doutorando em Cristianismo antigo e estudos medievais na Universidade de Yale. “Isso basicamente dividiu os cristãos do Império Romano pela metade, pois o Concílio de Nicéia – um grupo de teólogos e eruditos reunidos pelo imperador Constantino I em 325 dC – acabou ficando contra Ário. Mas, apesar da visão oficial da Igreja, os cristãos continuaram divididos por mais de um século”.

Não obstante, essas denominações seguiram fluindo em paralelo ao tempo. Em 1054, por exemplo, os Cristãos Ortodoxos Orientais se separaram dos Católicos Romanos Ocidentais – rompimento este que ficou conhecido como o Grande Cisma. Os dois grupos, nesse ínterim, discordavam sobre a tomada dos sacramentos – símbolos religiosos que se acredita transmitir a graça divina àqueles que creem. Além disso, os cristãos ortodoxos orientais discordavam das crenças romanas de que os padres deveriam permanecer celibatários e de que o papa romano tinha autoridade sobre o chefe da igreja oriental.

Em 1378, o cristianismo se vê diante de mais um novo cisma – mesmo que temporário -, intitulado como Cisma Ocidental. Aqui, o caso ganha força quando fervorosos fiéis passam a alegar que são os verdadeiros herdeiros papal. A intriga, imposta dentro da própria Igreja, durou cerca de 40 anos e quando foi resolvida, especificamente em 1417, os papas haviam danificado significativamente a reputação do cargo papal.

Apesar destes e de outros inúmeros cismas, a Igreja Católica suprimiu com sucesso outras ramificações cristãs em potencial, em parte por meio da perseguição, sustentada de expedições militares reais contra hereges, e das inquisições.

Denominações

Depois da Reforma Protestante, em 1517, o número de denominações começou a se multiplicar. As ramificações surgem com a Reforma – instigada por uma série de eventos, especificamente as 95 teses de Martinho Lutero -, que enfatizou a fé intimista e, consequentemente, gerou uma reação em relação ao fato de que a Bíblia era a autoridade final, e não a hierarquia da Igreja.

No século 17, assim que os protestantes começam a usar as escrituras para criticar a Igreja Católica Romana, alegando que qualquer fiel poderia ler os documentos e ter um relacionamento pessoal com Deus, as igrejas passam a se dividir.

Fonte: Fatos Desconhecidos

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