O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Piauí (MPPI) cumpriu, na manhã desta quarta-feira (12), três mandados de busca e apreensão no município de Batalha, região Norte do estado, durante a Operação Coringa. Em um dos locais alvo da operação, um supermercado, foram apreendidos mais de R$ 900 mil em espécie.
A ofensiva faz parte de uma ação coordenada pelo Gaeco do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que apura a atuação de uma organização criminosa dentro da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), responsável por obras públicas no Distrito Federal. Ao todo, foram expedidos 28 mandados de busca e apreensão no DF e no Piauí.
No Piauí, os mandados foram cumpridos com o apoio da Polícia Civil (PC-PI) e do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope/PM-PI). Um dos alvos foi o Supermercado O de Casa, onde, segundo o MP, funcionava um dos pontos de escoamento do dinheiro obtido de forma ilícita. O estabelecimento está ligado a familiares de Francisco José da Costa, conhecido como “Chiquinho”, ex-diretor financeiro da Novacap e apontado como o principal articulador do esquema.
Além do supermercado, foram realizadas buscas nas residências de Ferreira da Costa e Maria Emília Neta do Nascimento, irmãs de Chiquinho. O material apreendido foi encaminhado à sede do Gaeco em Teresina e será incorporado ao inquérito conduzido pelo Ministério Público do Distrito Federal.
De acordo com as investigações, entre os anos de 2021 e 2022, servidores públicos da Novacap teriam acelerado pagamentos a empresas contratadas em troca de propinas. O valor das vantagens indevidas corresponderia a cerca de 2% do total pago às construtoras. O esquema envolveria, além de Chiquinho, outros quatro servidores da companhia: Renato Sousa Santanna, Eliane Bonifácio de Moraes Soares, Sosthenes Oliveira da Paz e Aurélio Rodrigues de Castro.
O Poder Judiciário do Distrito Federal também determinou o afastamento de um servidor da Novacap e o bloqueio de bens dos investigados, incluindo imóveis, veículos, valores em contas bancárias, uma aeronave e uma embarcação.
A investigação segue em andamento sob responsabilidade do MPDFT.
Fonte: Revista AZ