Nesta quinta-feira (17), tem início o tríduo Pascal, período mais importante da Semana Santa para os fiéis católicos. O arcebispo de Teresina, Dom Juarez Marques, falou sobre os significados que marcam esse ciclo, que vai da Quinta-feira Santa ao Domingo de Páscoa, e sobre o os valores que devem guiar os cristãos nesse momento: amor ao próximo, escuta e gratidão.
“Na quinta-feira nós adentramos no mistério da Paixão de Cristo. E Cristo, antes da sua morte, ele realizou a instituição da Eucaristia. Por isso chamamos de Missa da Ceia do Senhor. E nesta celebração se comemora e se vive a memória do grande acontecimento de Cristo, que foi deixar o mandamento do amor, esse amor que se faz”, explicou Dom Juarez.
O arcebispo lembrou que o gesto do lava-pés, feito por Jesus na última ceia, é símbolo desse amor em forma de serviço. “Por isso ele lavou os pés aos discípulos e lhes convidou a fazer o mesmo. Realizando assim o mandamento do amor. Por isso ele diz: ‘O que eu vos fiz, fazei também vós uns aos outros’. Ele deixou este exemplo de amor que se faz serviço”, comentou.
Dom Juarez acrescentou ainda que esse gesto é também uma expressão de perdão, mesmo para quem nos ofende. “Jesus foi desprezado, foi traído, mas Jesus quis dizer que você deve servir e amar, não somente aqueles que te amam, mas também aqueles que não te amam bastante ou aqueles que estão distantes”, afirmou.
“Somos convidados a escutar”
O arcebispo destacou que os cristãos devem estar atentos à palavra de Deus, especialmente diante de tantos ruídos e distrações.
“Somos convidados a escutar. É importante a gente escutar para poder compreender e viver a palavra de Deus. Nós vivemos em um tempo de tantos barulhos, de tantas comunicações, em um tempo de tantas imagens. A gente precisa ter cuidado para ver aquilo que de fato é interessante. Por isso é importante focar naquilo que é essencial e o essencial é Cristo Jesus", ressaltou.
“Quem matou Jesus fui eu, foi você”
A celebração da Paixão de Cristo nesta sexta-feira é, segundo Dom Juarez, um dos momentos mais profundos da fé cristã, pois confronta o fiel com o peso do próprio pecado e com o amor incondicional de Deus.
“Quem matou Jesus? Quem matou Jesus foi você, fui eu. Com o meu pecado. O nosso pecado matou Jesus. Ele morreu para que nós sejamos livres do pecado e até da morte eterna. Ele passa pela experiência da morte por obediência ao Pai e por amor a nós”, disse.
“A gratidão é a melhor forma de retribuição”
Diante do sacrifício de Cristo, o arcebispo destacou que a resposta esperada do fiel é a gratidão.
“Não podemos retribuir à altura, mas nós podemos viver a nossa fé com gratidão, viver a fé na gratuidade. Agradecendo a Cristo Jesus pelo que ele fez por nós, dando a sua própria vida. Prova de amor maior não há do que dar a vida pelo irmão. Foi isso que Jesus fez por nós”, concluiu.
